quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Beleza



Fui iniciado nestas coisas da beleza... Ou de atenuar a minha fealdade...

Sim... sim... pele bonita e hidratada... e ainda por cima a verdade é que dá um conforto extra e extremo.
Mas para aqueles que quiserem também pertencer aqui ao Clube atentem que os preços diferem em cada farmácia. E as diferenças são relevantes!!!

Portanto... Força rapaziada...




(...) Ahahahahha Venha de lá a expressão Metrosexual...

Fim de Semana de Solidao!



O Livro está mais do que apresentado...
O Autor dispensa apresentações...
Resolvi ler a Obra!
Adorei...
Amei...





PS- Apenas sou uma besta e escolhi a pior altura para encetar a sua leitura...

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Viagem CP...


Como bom português que fica sem carta de condução graças uma sanção acessória de inibição de condução decidi ser um “cidadão exemplar”... como é óbvio exclusivamente durante o período que cumpro a pena... Perdão... os 30 dias de consciencialização.

A verdade é que sem a possibilidade de conduzir e sem a mobilidade que esta confere, sinto-me como um canídeo que acabou de receber a famosa “coleira” plástica. Fico estático e parado à espera que o Mundo me arrebate.
Ora como ganir e ladrar iria levar-me a outra qualquer sanção decidi emancipar-me destes pensamentos machistas e tentar dissassociar-me do binómio Homem-Carro. Logo aproveitei as férias que o meu irmão e mais um casal amigo marcaram há mais de 6 meses e decidi vir também rumar ao Sul do País. Perdão... de novo o erro. Não rumei, dirigi ou tão pouco me aventurei sequer a orientar o trajecto.

Decidi ser um “Pagador-Utilizador” dos nossos Transportes Públicos. Nomeadamente no Quim...Sim o Tchu-tchu. O Pouca-Terra. O Cavalo de Aço. O Malfadado Comboio.
Em primeiro lugar tomei consciência que a preparação de tal empreitada é digna dos anais da história. Comprar o bilhete acarreta saber com precisão em que dia e hora queremos ir... voltar está igualmente sujeito a dia, hora e minuto previamente marcado e antecipado.
Novo nestas andanças de Comboios e com visões de gangs da Damaia como vizinhos durante 3 horas com direito a arraial de pancada assaltaram-me a mente. Perturbado escolhi o mais seguro que havia... 1ª Classe com direito a tomada para PC, cortinas elećtricas, TV, Circuito interno de música, Bar... a coisa prometia... assim apregoava o catálogo na Estação de Entrecampos em Lisboa. Falta apenas uma nota de rodapé para que saibam o meu estado de espírito.
O dia desta decisão tão dificil foi também o dia em que me sujeitei a 6 horas e meia na DGV de Entrecampos para entregar a minha carta de condução graças a uma multa de 2005... Logo compreendam que a minha capacidade de ajuizar quaisquer situações estava diminuta...

Comprei bilhete, ingresso ou ticket... Para as 8h35m... No dia e hora marcada lá estava eu. Feliz... mala de roupa, outra com o PC. Sorriso amarelo e sempre atento a possiveis ataques do potenciais vândalos. Como seria lógico a razão indicou-me que estaria a salvo de dessas hordes de bárbaros a uma hora tão matutina. Entrei no comboio que chegou pontual como é apanágio dos tipos verde-sapo.
O comboio arrancou e ao fim de alguns minutos estava confortavelmente instalado numa poltrona. Sorri e pensei que todos os meus medos e receios eram fruto de um medo primitivo de tudo aquilo que desconhecemos. Olhei em volta. Estava num lugar de coxia com 2 lugares livres do meu lado direito. Imaginei uma viagem de 3 horas com todo aquele espaço destinado somente à minha pessoa... Quando uns sons dignos dos escritos da Odisseia de Homero me fizeram rodar a cabeça. Esta rotação foi como nos filmes de Hollywood. Em “slow motion” e os barulhos que pareciam horripilantes começaram a ser mais nítidos e agudos. Pois bem. A razão do alarido era uma Mãe-adolescente com uma criança com as mucosas nasais à vista no berço. E Outra bárbara com olhar felino e temível.Os urros fizeram-me gelar o sangue. O mostrador digital no topo da carruagem indicava 21ºC no interior, mas mesmo assim comecei a suar. Sorri. Eram nervos!

O comboio iniciou a marcha. Logo nesse momento a criança do berço, que teria por certo feito uma aliança com a sua irmã contra terceiros, decidiu iniciar o ritmo de choro agonizante que iria ditar a viagem até ao terminus. Era um choro ritmado, com um controlo impressionante de oxigénio e lágrimas. Os décibeis perfeitos para qualquer pessoa da carrugem olhar largos minutos com aquele ar de desdém e sensação de viajar num comboio na India.
Ao fim de alguns minutos passou uma funcionária a distribuir uns headphones. Sorri e com as mãos trémulas abri a embalagem. Retirei e coloquei no plug in do meu PC. Comecei a ouvir música... subi o volume até ao máximo e tudo pareceu mudar. Todas as pessoas estavam a colocar os ditos nos seus ouvidos. Sorri enquanto olhava para o Anti-Cristo ao meu lado. A criança fazia trejeitos com a boca e quase me pareceu ler nos lábios da petiz um palavrão direccionado a mim.
Fechei os olhos e deixei as músicas sucederem-se...

A paisagem foi alterando conforme iamos descendo o País... Margem-Sul.... Alentejo...e Algarve.